24 set Você sabe escolher lâmpadas? Parte 1 – tipos de lâmpadas
Texto: Gabrielle Adabo – IEI Brasil
Consultoria técnica: Rodolfo Gomes – IEI Brasil
O IEI Explica começa hoje uma série sobre lâmpadas. O objetivo é ajudar você, leitor, a ter mais informação na hora da compra e evitar a aquisição de uma lâmpada que pode não ser compatível com o que você precisa (quem nunca, né?).
Tudo começa com a escolha do tipo certo de lâmpada e para isso você precisa conhecer o que está disponível no mercado. Existem diversos tipos de lâmpadas e cada um desses tipos – fluorescentes e LEDs, por exemplo – usa uma determinada tecnologia para gerar luz.
Atualmente, para a iluminação residencial, o tipo de lâmpada mais comum de ser encontrado à venda são as lâmpadas de LED. Elas são uma grande evolução em relação às lâmpadas fluorescentes e às incandescentes por consumirem bem menos eletricidade para gerar a mesma quantidade de luz.
O IEI explica de hoje vai falar sobre as três principais gerações de lâmpadas: incandescentes, fluorescentes e LED (e, ao final dele, as gerações de lâmpadas são personificadas no quadrinho “A turma da eficiência energética em: choque de gerações”).
As lâmpadas incandescentes foram as primeiras, das que usam energia elétrica para funcionar, a surgir, mas a sua venda hoje é proibida no Brasil e em vários países no mundo por consumirem muita eletricidade. A proibição foi progressiva, acontece desde 2010 com a publicação de uma portaria (Portaria Interministerial nº 1.007, de 31 de dezembro de 2010) feita, na época, pelos então Ministério de Minas e Energia, Ministério da Ciência e Tecnologia e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As lâmpadas incandescentes funcionam com um filamento, normalmente de tungstênio, em seu interior. A passagem da corrente elétrica esquenta esse filamento a ponto de ele ficar incandescente (daí o nome). O interior das lâmpadas incandescentes geralmente é também preenchido por gases como o argônio e o nitrogênio (esses gases servem para não “enferrujar” o tungstênio e fazer com que ele dure mais).
Outro tipo de lâmpada que também gera luz por meio de um filamento é a halógena. As lâmpadas halógenas, assim como as incandescentes, possuem filamentos de tungstênio e gases em seu interior, mas têm, além disso, um pouquinho de iodo ou bromo, elementos chamados de halógenos ou halogêneos (lembra da tabela periódica das aulas de Química? Esses elementos fazem parte do grupo 17 ou 7A e atraem muitos elétrons, o que é bacana para gerar luz e ajuda a consumir menos eletricidade).
Por consumirem menos eletricidade que as lâmpadas incandescentes e terem um efeito de iluminação semelhante a elas, as lâmpadas halógenas atuam como uma espécie de substitutas das lâmpadas incandescentes desde a proibição da venda destas lâmpadas no Brasil. Mas atenção: as lâmpadas halógenas consomem muito mais energia e duram bem menos que as lâmpadas fluorescente e as de LED – então, apesar de serem esteticamente agradáveis, é preciso consumi-las com moderação. O seu comércio já foi inclusive proibido em alguns países – nos da União Europeia, por exemplo. Hoje também é possível encontrar lâmpadas de LED que imitam as incandescentes em seu formato (que eram bonitinhas para a decoração), mas que consomem beeeem menos energia do que estas consumiam.
As lâmpadas fluorescentes foram consideradas uma evolução em relação às incandescentes por consumirem menos eletricidade para iluminar a mesma coisa – cerca de 75% menos. As lâmpadas fluorescentes podem ser encontradas em formato tubular, circular ou compacto. A parte interna das lâmpadas fluorescentes tem a superfície coberta por um pó (por isso elas são brancas) que é responsável por atrair os elétrons e fazê-los circular dentro da lâmpada gerando luz (óóóó!). As fluorescentes compactas são as mais utilizadas em ambientes domésticos – as tubulares são indicadas para ambientes maiores, como os de uma fábrica ou um escritório, por exemplo, embora ainda sejam encontradas em várias cozinhas de casas. As compactas normalmente aparecem em dois formatos: 3 Us ou espiral (estas são indicadas para iluminação embutida ou para usar com abajures, lustres etc.).
Por último, mas não menos importantes, surgiram as lâmpadas de LED, as campeãs em eficiência. LED é a sigla para Light Emitting Diode que quer dizer diodo emissor de luz. O diodo é uma “plaquinha” que conduz eletricidade somente em um sentido. O LED é basicamente um diodo que emite luz quando essa corrente elétrica passa por dentro dele. Uma lâmpada de LED é um conjunto de vários diodos emissores de luz – eles estão localizados sobre uma superfície dentro daquela parte branca de plástico que divide a lâmpada ao meio, a metade de baixo (veja na imagem ao lado). Esses LEDs estão ligados em um circuito elétrico, portanto se um deles queimar, a lâmpada toda irá parar de funcionar. Há, hoje, no mercado, uma diversidade imensa de lâmpadas de LED que vão de cordões e fitas, passando pelo formato tradicional em bulbo, até as LEDs inteligentes que podem ser controladas por meio de um aplicativo instalado em celulares ou tablets.
Além desses três tipos básicos de lâmpadas, que são as opções mais comuns de se encontrar quando o assunto é iluminação doméstica, há outras opções, por assim dizer, mais requintadas. Esses três tipos de lâmpadas – em formato de bulbo no caso das lâmpadas de LED e incandescentes e em formato de 3 Us ou espiral, para as fluorescentes compactas – emitem luz em todas as direções e iluminam o ambiente como um todo, por isso são normalmente instaladas no centro dele. Mas, se você quer uma iluminação direcionada para um determinado objeto ou pedaço do ambiente, as lâmpadas dicróicas podem ser as mais indicadas, pois possuem um refletor coberto por um material dicróico que faz com que apenas uma parte da luz emitida incida no ambiente, sem precisar de nenhum acessório (como luminárias e spots) para direcionar a luz. O efeito é um feixe de luz direcionável e com menos calor do que as demais lâmpadas e que, por isso, é mais indicado para iluminar obras de arte, vinhos, tecidos etc. As lâmpadas dicróicas podem ser halógenas ou de LED.
Há, também, lâmpadas que são dimerizáveis, ou seja, apresentam a possibilidade de controlar o brilho por meio de um interruptor ou aplicativo. Para as lâmpadas que não possuem esse recurso, é preciso prestar atenção na hora da compra para escolher corretamente a intensidade de luz que você deseja. Outro fator importante, e que pode interferir no conforto da iluminação, é a escolha da cor da lâmpada. Mas isso é assunto para o próximo IEI Explica, aguarde!
E aí? O IEI explicou ou complicou? Deixe seu comentário!
E, como prometido, fique agora com o quadrinho:
Confira também o Guia Prático de Compra de Lâmpadas do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Luiz Bacelar Barata
Posted at 03:33h, 11 agostoMuito bom, gostei muito.
Obrigado
Noraci Plá
Posted at 07:24h, 04 setembroMuito bom
Voltaire Martins dos Santos
Posted at 11:19h, 09 novembroOlha, muito bacana sua postagem, realmente esclarecedora, com muitos detalhes importantes, tanto pra quem não sabe nada sobre lâmpadas quanto pra quem tem alguma noção.
A boa informação tem esse poder, de fazer as pessoas se situarem melhor em diversas situações, e eletricidade é uma delas, ainda mais quando se trata de segurança e economia.
Um abraço, parabéns por este trabalho de extrema importância, e muito obrigado a todos.
Helena Lacé
Posted at 17:13h, 28 maioSou professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, líder do grupo de pesquisa LabCA e coordenadora do projeto de Extensão Atitudes Sustentáveis que, entre outras ações, se volta exatamente para essa questão de ensinar o publico leigo a escolher corretamente uma lâmpada. Temos um vídeo educativo sobre isso no nosso canal do youtube que pode ser assistido acessando o link https://www.youtube.com/watch?v=HOUQaz20AlU . Também lançamos um desafio, a partir de uma dinâmica de perguntas e respostas no ava@ufrj , chamada Iluminação Moderna x Iluminação Contemporânea. Quem quiser participar, é só mandar e-mail para extensão_labca@ufrj.br . Há emissão de certificados.!!! Essas ações voltadas para educação e popularização das novas tecnologias de lâmpadas que economizam energia são frutos dos resultados da nossa pesquisa que, atualmente, investiga o uso de pictogramas sobre unidades fotométricas para serem usadas em embalagens de lâmpadas, com o objetivo de ajudar o consumo correto dos equipamentos. Quem quiser contribuir, é só responder o questionário no link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfvxDLKG8lhtmyj3rJCi9RxSzvYpwA1sDMryZzJUtRYWG3Z_A/viewform?vc=0&c=0&w=1&usp=mail_form_link
Seria muito bom ter o IEI como parceiro nessas iniciativas em comum!
tadeu silva
Posted at 11:50h, 05 agostogostaria que fosse em português do brasil.seriam bem mais leitores
Aline
Posted at 12:47h, 09 fevereiroPerfeiro, muito bem explicado tudo . nota 1000.