Artigo em revista internacional cita animação Kigalinha do IEI Brasil

Artigo em revista internacional cita animação Kigalinha do IEI Brasil

Tempo para leitura: 3 minutos

Por Gabrielle Adabo, IEI Brasil

A websérie de animação Kigalinha do IEI Brasil foi mencionada no artigo The Great Intergenerational Robbery: A Call for Concerted Action Against Environmental Crises (O Grande Roubo Intergeracional: Um Chamado para uma Ação Combinada Contra as Crises Ambientais, em tradução livre), publicado no Volume 47 da revista Annual Review of Environment and Resources.

Kigalinha é mencionada como um exemplo do que pode ser feito para comunicar as mudanças climáticas para os mais jovens e buscar a colaboração deles em ações para combatê-las. O artigo propõe que pesquisadores seniores se esforcem para trabalhar em colaboração com jovens, inclusive jovens cientistas e ativistas. Segundo a publicação, os jovens devem ser ouvidos e é preciso garantir uma comunicação que ocorra nos dois sentidos. Entre as ações sugeridas para que isso aconteça estão a inclusão de jovens em esferas como conselhos, comitês organizadores e na elaboração de projetos e um maior envolvimento das organizações da sociedade civil com grupos de crianças e jovens.

“O engajamento também significa que os pesquisadores se sentem confortáveis com a mídia alternativa, do Twitter e TikTok aos desenhos animados que incentivam o diálogo entre gerações”, completa o artigo, que cita a animação do IEI Brasil como exemplo de desenho animado: “por exemplo, veja a websérie de desenhos animados “Kigalinha” de seis episódios criada em português (e disponível em vários idiomas no YouTube) para explicar a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal”.

Produzida pelo IEI Brasil com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), a websérie de animação Kigalinha conta a história de uma galinha ciborgue que vem do futuro na missão de buscar ajuda para evitar as consequências das mudanças climáticas. O nome da protagonista faz referência à Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, medida assinada por mais de 170 países, entre eles o Brasil, para reduzir a produção e o uso dos hidrofluorcarbonos (HFCs), substâncias que causam o efeito estufa. Assista aqui à animação completa. No Brasil, a Emenda de Kigali foi aprovada pelo Congresso em 2022 e aguarda a promulgação do decreto presidencial para se tornar lei. O IEI Brasil, junto de parceiros dentro da Rede Kigali, atua pela ratificação e pela implementação da Emenda no Brasil (saiba mais aqui).

O artigo

Escrito por pesquisadores dos Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Hungria, China e Brasil (entre eles o associado sênior e ex-diretor executivo do IEI Brasil, Gilberto De Martino Jannuzzi), das áreas das ciências naturais, sociais e engenharia, o artigo faz um alerta: as ações adotadas até o momento não são suficientes para conter o avanço das mudanças climáticas. “Atrasar ações sérias para reduzir as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade diminuiu as opções e aumentou os riscos e a urgência e os custos da ação”, analisa a publicação. “Como as coisas estão, as gerações futuras terão menos escolhas e mais difíceis, diminuindo suas capacidades para alcançar todo o seu potencial e, assim, deixando-os mais pobres do que teriam sido. A omissão, quando a evidência está ao nosso redor, não é ignorância, mas roubo”, adverte o artigo.

Os pesquisadores afirmam que apenas a pesquisa científica, apesar de importante, não é suficiente para promover a ação e a transformação necessárias. Dentre as razões apontadas para o enfraquecimento das ações estão interesses econômicos e políticos, além da contestação da ciência e da desinformação relacionada às mudanças climáticas. Entre as soluções propostas para o problema pelo artigo, além da comunicação e aproximação com os jovens, estão a reorientação estratégica da pesquisa para apoiar a ação e enfrentar o que impede a adoção das ações e a comunicação para um público mais amplo, em linguagem simples, das conclusões e resumos das pesquisas.

O artigo, em inglês, pode ser lido na íntegra aqui.

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