Como funciona o ar-condicionado inverter?

Como funciona o ar-condicionado inverter?

Tempo para leitura: 3 minutos

Nos últimos posts da seção IEI Explica foram apresentados os ares-condicionados do tipo janela e split e os três tipos mais comuns de split encontrados no Brasil – hi-wall, piso-teto e cassete. Hoje vamos falar de um tipo de tecnologia de ar-condicionado com a qual os consumidores já devem ter esbarrado nas lojas ou em conversas: a inverter.

Pode-se dizer que o principal objetivo da tecnologia inverter nos ares-condicionados é reduzir o consumo de eletricidade desses equipamentos. Mas como isso acontece? Nos ares-condicionados tradicionais, os motores trabalham com a mesma rotação. Nos do tipo inverter, a velocidade varia de forma a se ajustar à necessidade de frio que você precisa no ambiente, que não necessita ser toda aquela velocidade que o tradicional exige. Isso faz com que ele precise consumir menos eletricidade. Essa capacidade de variar a rotação vem de um velho conhecido equipamento de quem trabalha com motores elétricos, o tal do inversor de frequência, ou inverter em inglês. Daí o nome chique dado a esse tipo de ar-condicionado.

Um equipamento que gasta menos energia elétrica para fazer a mesma coisa é mais eficiente. No caso do inverter, produz o mesmo frio consumindo menos eletricidade. Os ares-condicionados inverter, portanto, são mais eficientes em relação aos demais. Além disso, eles mantêm a temperatura fria constante no ambiente e geram menos ruído. O ponto negativo é que eles podem custar mais do que os demais ares-condicionados – mas se você estiver disposto a investir essa quantia, ela pode ser recuperada ao longo de seu uso com a economia na conta de eletricidade. O percentual de economia dos aparelhos inverters em relação aos convencionais, de acordo com os fabricantes, é de 30 a 60%.

A figura a seguir mostra as diferenças entre o funcionamento do ar-condicionado convencional e do inverter. Eis a principal diferença: o aparelho convencional (representado pela linha verde) liga e desliga o compressor, enquanto o inverter (linha vermelha) continua ligado, apenas alterando a velocidade de operação.

O inverter trabalha com rotações menores em relação ao ar-condicionado convencional e essas rotações são contínuas, pois, como dissemos, o compressor do inverter nunca desliga. Por isso, os inverters são mais silenciosos, ou seja, o nível de ruído dos condensadores dos ares-condicionados inverter é menor que os convencionais, que dão partidas (bem sonoras) ao ligar.

Outra vantagem dos condicionadores de ar inverter é que a temperatura desejada é atingida mais rapidamente. Isso ocorre porque o fluido refrigerante que circula no interior dos trocadores de calor possui uma maior pressão que permite refrigerar o ar mais rápido. As estimativas são de que esse processo reduz em até 30% o tempo necessário para atingir a temperatura desejada em relação aos splits convencionais.

Os ares-condicionados inverter funcionam com o fluido refrigerante R-410A, que não prejudica a camada de ozônio; já os aparelhos convencionais usam o fluido refrigerante R-410A ou o R-22, dependendo do fabricante, sendo que este último agride essa camada – e consequentemente nós todos. Porém, o R-410A não é tão ecológico assim como os fabricantes costumam propagandear por aí: ele é um gás de grande impacto para o aumento da temperatura terrestre. Para se ter uma ideia, seu impacto negativo é quase duas mil vezes maior do que o do CO2, o famoso gás carbônico usado como padrão quando se trata do aquecimento climático. É por essa razão que está em vigor um novo compromisso global de reduzir o uso desse tipo de gases, conhecido como Emenda de Kigali. Mas isso é um assunto para outro IEI Explica.

Uma característica que pode tirar pontos do aparelho inverter em relação aos ares-condicionados convencionais é o fato de os inverters exigirem mão de obra especializada nesse tipo de equipamento no momento da instalação e para a manutenção, justamente por conta dessa tecnologia mais complexa. Isso pode encarecer o investimento em um ar-condicionado inverter em relação aos outros tipos de aparelhos.

A tecnologia inverter é encontrada mais frequentemente nos equipamentos do tipo split (por isso eles são chamados de splits inverter). Alguns fabricantes produzem o ar-condicionado inverter no modelo janela, mas eles não são comercializados no Brasil. Os aparelhos de janela inverter não são muito comuns de se encontrar em outros países também, pois o modelo split é o mais vendido.

E aí? O IEI explicou ou complicou? Deixe sua opinião e sugestão de assunto para novos posts nos comentários!

17 Comments
  • Tânia Bispo dos Santos
    Posted at 06:38h, 05 setembro Responder

    Parabéns pelas explicações, pois pretendo investir em um inverter pro próximo verão. Obrigada!

  • Gisnaldo barbosa
    Posted at 07:54h, 06 outubro Responder

    Ótima explicação. Muito bem detalhada. Parabens

  • Almiria Cardoso
    Posted at 16:26h, 06 outubro Responder

    Aqui na minha casa só temos o inverter.
    Muito bom.mais econômico

  • Francisco Ribeiro da silva
    Posted at 14:19h, 31 outubro Responder

    Parabéns foi bem na explicação sobre a nova tecnologia inverte.o técnico de refrigeração vai ter que se atualizar nesse novo conceito. Obs.nota 8. 0 abraço

  • Elias Veríssimo
    Posted at 12:41h, 22 novembro Responder

    Muito boa a explicação, não sou técnico em refrigeração mais tenho dois inverter em minha casa e não vi diferença nenhuma na instalação do inverter em relação ao Arcondicionado comum.

  • Gabriel Viscondi
    Posted at 14:28h, 02 fevereiro Responder

    Feliz em fazer a busca e me deparar com um conteúdo de vocês!
    Parabéns pelo trabalho, Rodolfo e equipe. Vamos em frente!
    Um abraço

  • Jonas Jose Pandolfo
    Posted at 08:31h, 16 fevereiro Responder

    Otima materia sobre estes equipamentos. Parabéns

  • Jose Alfaj
    Posted at 11:29h, 15 março Responder

    Simples e bom. Obrigado

  • italo
    Posted at 11:37h, 18 março Responder

    existe hoje no mercado um equipamento inverter trifásico ? ou apenas monofásico ? digo isso para saber se há diferença de consumo de energia

  • Pedro Claudio Antunes Fernandes
    Posted at 18:13h, 30 abril Responder

    Boa explicação, bem clara, parabéns.

  • MarketingWeb
    Posted at 21:27h, 01 julho Responder

    Obrigado pela explicação. Estava buscando informações sobre esta tecnologia chamada INVERTER e o site de vocês respondeu. Sabe me informar se o custo para aquisição de um ar condicionado INVERTER é bem maior que um Split? Durante um ano de uso, a diferença de valor vale a pena. Preciso para poder colocar em minha agência de marketing digital, aqui em Sorocaba- SP, onde a temperatura no verão não é tão elevada, e no inverno ficamos na faixa dos 13 graus.

  • Dorival
    Posted at 12:00h, 20 janeiro Responder

    “Os ares-condicionados inverter funcionam com o fluido refrigerante R-410A, que não prejudica a camada de ozônio; já os aparelhos convencionais usam o fluido refrigerante R-410A ou o R-22, dependendo do fabricante, sendo que este último agride essa camada – e consequentemente nós todos. Porém, o R-410A não é tão ecológico assim como os fabricantes costumam propagandear por aí: ele é um gás de grande impacto para o aumento da temperatura terrestre.”.

    Afinal, o R410A agride ou não a camada de ozônio? A informação está dúbia.

    • Gabrielle Adabo
      Posted at 14:06h, 31 março Responder

      Olá, Dorival! O R-410A não prejudica a camada de ozônio, mas ele contribui para o aquecimento do planeta por ser um hidrofluorcarbono (HFC), um gás de efeito estufa. A Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal tem o objetivo de reduzir e eliminar a produção e o uso dos HFCs por eles terem esse alto potencial de aquecimento global (saiba mais aqui: https://kigali.org.br/emenda-de-kigali/).

  • Erivan Tubarão
    Posted at 12:05h, 04 dezembro Responder

    Muito bem explicado

  • Luiz Ribeiro
    Posted at 09:48h, 30 março Responder

    Olá, Muito boa a explicação, mas de forma prática quando o inmetro informa que um ar-condicionado é categoria A e olhando a especificação técnica informa que ele gasta 21Kwh/mes enquanto um inverter gasta 20,2Kwh, fico pensando se vale pagar mais por um inverter pois finaneceiramente quantos meses consumindo ar-condicionado seriam necessários para compensar 0,8Kwh/mes. Quanto ao barulho essa avaliação também é questionável pois embora exista não considero significativa em termos de decibés e fica aqui a última diferença que é o tempo necessário para resfriar o ambiente. Esta diferença precisa ser medida em termos práticos e não matemáticos. Será que acrescer 3min para um cômodo chegar a temperatura deseja é significativo? Concluindo, se um Ar-condicionado gasta mais $R$1,50 por mês e é +2dB mais barulhento, pode não compensar pagar mais 2mil reais por um ar de janela de 10.000 BTUs.

  • mirian nogueira
    Posted at 12:57h, 28 setembro Responder

    Eu gostei de saber sobre o inverter. Mas como a manutenção e instalação são especiíficas, vou comprar o tradicional, porque a minha cidade é super carente de mão de obra.

  • Roberto Bastos
    Posted at 20:06h, 12 fevereiro Responder

    Ótima explicação sobe o inverter! Eu achava que era o quente/frio, pois já vi muitos compradores pela Internet, reclamando que o quente não funcionava. Procurei pesquisar e gostei muitíssimo da explicação, fácil de entender. Parabéns!

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