Doenças crônicas, energia e saúde: organizações da sociedade elaboram carta exigindo mais compromisso de líderes mundiais

Doenças crônicas, energia e saúde: organizações da sociedade elaboram carta exigindo mais compromisso de líderes mundiais

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De acordo com relatório divulgado pela Comissão Independente da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), câncer, diabetes, doenças pulmonares e cardiovasculares matam 41 milhões de pessoas por ano, responsáveis por 71% de todas as mortes no mundo. Na lista das DCNTs ainda estão os transtornos mentais. Combater as DCNTs faz parte da agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na qual 193 Estados-membros da ONU, incluindo o Brasil, se comprometeram em 2015 a reduzir um terço das mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis até 2030.

 

Por isso, no último dia 27 de setembro, ocorreu a Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) da ONU, realizada em Nova York, onde líderes mundiais se reuniram para avaliar os avanços obtidos até agora. O texto final da Declaração Política do encontro pode ser conferido aqui, em inglês. Porém, de acordo com a instituição ACT Promoção da Saúde, cuja diretora geral, Paula Johns, esteve presente na reunião, a Declaração Política tem pontos positivos, “mas é bastante vaga e não estabelece compromissos significativos para melhor enfrentarmos as doenças crônicas não transmissíveis”.

 

Diante do cenário, a NCD Alliance elaborou uma segunda declaração, da sociedade civil, e está em busca de adesões ao documento, tanto de indivíduos quanto de organizações da sociedade. Ela pode ser lida aqui em inglês. A ideia é cobrar mais ação dos líderes de governo e autoridades, exigindo maior compromisso com as políticas de DCNTs.

 

A IEI Brasil integra as organizações que assinaram a carta. Por quê? Porque, ao contrário do que muita gente pode pensar, saúde e energia estão, sim, relacionadas. Um exemplo: você sabia que mais de 4 milhões de pessoas morrem anualmente por conta da exposição à fumaça de fogões a lenha e carvão, de acordo com a Sustainable Energy for All e a Energy Sector Management Assistance Program – ESMAP? Metade delas são vítimas das doenças crônicas não transmissíveis, a maior parte delas mulheres e crianças.

 

Só no Brasil, estima-se que 30 milhões de brasileiros utilizem lenha para cozinhar, tornando-a o segundo combustível mais utilizado na cozinha, de acordo com o artigo “Exposição ao uso da lenha para cocção no Brasil e sua relação com os agravos à saúde da população. Segundo a ESMAP, no mundo, aproximadamente 3 bilhões de pessoas dependem de madeira, carvão, carvão vegetal ou dejetos animais para cozinhar e obter aquecimento. E cerca de 1 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade. A busca por acesso digno à energia integra o Objetivo 7 do ODS: “assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos”.

 

Se você ou sua instituição quiserem demonstrar seu apoio ao compromisso mais rígido em relação às mortes evitáveis por doenças crônicas não transmissíveis, assinando a carta, clique aqui. O formulário indicando a adesão deve ser preenchido até segunda-feira, 1 de outubro, às 18h (horário de Brasília) (ou 17h EDT).

 

Por Sarah C. Schmidt

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