29 maio Quais os tipos de ares-condicionados split?
No post anterior da seção IEI Explica, foram apresentadas as diferenças entre os ares-condicionados janela e split (se você ainda não leu, acesse aqui). O split pode ser encontrado em diversos formatos. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) classifica os condicionadores de ar do tipo split em três categorias: hi-wall, piso-teto e cassete (K7). A principal diferença entre eles é o local do ambiente no qual são instalados, que serve, inclusive, para os nomear, e a capacidade de refrigeração. A seguir, vamos apresentar esses três tipos e suas principais características.
O split hi-wall, como o próprio nome já diz, é aquele que deve ser instalado no alto de uma parede. Ele é recomendado para a refrigeração de locais pequenos, como cômodos de residências e salas comerciais. São, portanto, equipamentos indicados para ambientes que possuem pequenas demandas térmicas, com pé-direito (altura que vai do chão ao teto do ambiente) relativamente baixo e distâncias entre a unidade interna (evaporador) e a unidade externa (condensador) reduzidas. O split hi-wall é considerado um equipamento versátil e adequado para uma climatização silenciosa e com tempo reduzido. Ele pode ser aplicado na maioria das edificações com pequenas dimensões sem praticamente nenhuma restrição.
Os hi-wall são instalados na parte superior das paredes próximo ao forro a uma distância de aproximadamente 15 a 30 centímetros. Esses equipamentos são encontrados em faixas de capacidade que variam entre 7.000 e 30.000 Btu/h.
O Btu/h é a medida que indica a potência de refrigeração do ar-condicionado, ou seja, sua capacidade de refrigerar (ou aquecer) um ambiente. A sigla significa British Thermal Unit, isto é, Unidade Térmica Britânica.
O split piso-teto também já traz no nome a sua principal característica: pode ser instalado no teto na posição horizontal ou no piso na posição vertical. Sua capacidade de refrigeração é maior, por isso ele é indicado para ambientes de médio e grande porte. A principal diferença entre os modelos piso-teto e hi-wall, além da aparência, é o alcance. Devido à maior vazão de ar de insuflamento da unidade evaporadora, ou seja, a capacidade dessa parte de jogar o ar para dentro do ambiente, eles são indicados para ambientes com elevados pés-direitos. São equipamentos mais robustos e apresentam maiores consumos energéticos. Pode-se utilizar esses equipamentos em locais com elevada carga térmica, isto é, que possuem uma grande quantidade de calor que deve ser retirada do ambiente, e que necessitam de grandes distâncias entre equipamentos. São ambientes como auditórios, restaurantes, lojas entre outros locais onde a flecha de insuflamento – que é até onde o fluxo de ar chega – deve ser maior para se obter uma melhor distribuição de ar. Esses equipamentos permitem, portanto, uma maior distância entre as unidades internas e externas. Cabe observar que tanto a unidade interna quanto a unidade externa apresentam maiores ruídos, que devem ser levados em consideração na aquisição desses equipamentos.
Sua maior vantagem consiste no aproveitamento do espaço, em locais com grandes aglomerações de pessoas. Quando instalado nesses locais, o piso-teto apresenta um menor consumo – de até 40% – em relação ao mesmo ambiente com um split hi-wall, além de atingir as temperaturas de forma rápida.
As capacidades dos condicionadores de ar piso-teto variam de 18.000 a 80.000 Btu/h, porém os equipamentos de maiores capacidades são os mais utilizados.
O split cassete, por sua vez, é instalado no centro do teto dos ambientes ou, ainda, no forro destes. Entre suas vantagens está, portanto, a de contribuir para a estética do ambiente com essa possibilidade de ser embutido. Os splits cassetes possuem até quatro saídas de ar e têm capacidade de refrigeração indicada para ambientes de médio e grande porte. São mais indicados, portanto, para ambientes em que é necessária uma distribuição de ar em todas as direções. Devido à sua configuração e por se localizar no teto, ele possui uma bomba de dreno em seu interior. Essa bomba tem a função de escoar a água de condensação produzida durante o contato do ar atmosférico com a superfície fria das serpentinas do evaporador. No split hi-wall e no piso-teto não existe essa bomba, mas ela pode ser instalada, caso necessário. Para esses dois, o dreno se dá por gravidade (caída de água).
Os condicionadores de ar tipo cassete são os únicos equipamentos dentre os aqui apresentados que possuem recurso de renovação de ar. Uma de suas saídas pode ser interligada a dutos de renovação de ar proporcionando, assim, uma melhor qualidade de ar. Esse processo de renovação permite diluir odores do ambiente e, principalmente, apurar o ar que fica confinado no local, que pode conter (e ajudar a multiplicar) diversos micro-organismos como bactérias e fungos. A renovação, portanto, ajuda a manter o ar puro e saudável. É por isso que esses equipamentos são altamente recomendáveis para ambientes que necessitam de um controle preciso de qualidade do ar como laboratórios, hospitais, consultórios, entre outros. Os ares-condicionados do tipo janela também fazem a renovação do ar, mas pelas laterais do equipamento.
Mas não se assuste: apesar de os outros tipos de splits não serem capazes de fazer essa renovação, é possível compensar essa questão com a higienização e a manutenção periódicas dos equipamentos. O ideal é que essa higienização seja feita mensalmente. Existem até mesmo determinações legais que obrigam as empresas a adotarem esses procedimentos (Portaria nº 3.523, de 28 de agosto de 1998 e Lei nº 13.589, de 4 de janeiro de 2018). A limpeza somente do filtro do ar-condicionado não substitui a renovação de ar, pois o maior agente patológico se encontra nas serpentinas (e não no filtro).
Por apresentar um design moderno e discreto os splits cassetes são bastante utilizados em ambientes de luxo, sem deixar de lado a sua alta capacidade de resfriamento de ambiente. No entanto, dos equipamentos acima citados, os condicionadores de ar tipo cassete apresentam em média o dobro do custo de aquisição e instalação. São instalados na região central do cômodo e só devem ser colocados em situações em que houver 35 centímetros de rebaixo do gesso.
E aí? A IEI explicou ou complicou? Deixe sua opinião e sugestão de assunto para novos posts nos comentários!
Imagem em destaque por Antonio Mette [CC BY-SA 4.0 (https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0)], da Wikimedia Commons.
Fernando Costa
Posted at 18:55h, 12 junhoBom Texto.