IEI Brasil participa de formação mexicana sobre gênero e transição energética justa

IEI Brasil participa de formação mexicana sobre gênero e transição energética justa

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Realizada por ONG do México, formação faz parte de projeto que incluiu a realização de um diagnóstico e a produção de um guia sobre o tema

A equipe do IEI Brasil participou de um programa de formação de capacidades sobre gênero e transição energética justa realizado pela ONG mexicana Mujer y Medio Ambiente (Mulher e Meio Ambiente – MMA). A formação começou no dia 8 de fevereiro e terminou sua primeira fase hoje, dia 18 de abril. 

O objetivo do programa, segundo a MMA, é fornecer teoria, conceitos e metodologias sobre gênero, interseccionalidade e transição energética justa para que as organizações possam aplicar essas ferramentas na prática em suas atividades. 

Segundo o diretor executivo do IEI Brasil, Rodolfo Gomes, que também participou da formação, “o IEI, desde sua fundação, entende a importância de ter políticas públicas que sejam realmente universais em seu alcance, para isso sendo necessário entender os nexos da energia com gênero, raça, etnia, classe e outros marcadores”. “Sem entender essas especificidades, que são raízes de desigualdades, as políticas públicas perdem segmentação necessária em seu desenho e execução, chegando mais em alguns grupos e menos em outros”, completa.

O programa, realizado virtualmente, foi dividido em sessões semanais com duas horas e meia de duração, realizadas às quintas-feiras ao longo dos meses de fevereiro, março e abril. As sessões eram compostas por apresentações de especialistas e atividades que promoveram a troca e a construção coletiva de conhecimento. Cada sessão tinha também leituras básicas indicadas. 

A formação foi organizada em três módulos temáticos. O primeiro deles abordou os conceitos de transição energética justa e gênero. No segundo módulo, foram apresentados instrumentos e estratégias de ação para uma transição energética justa com enfoque em gênero e interseccional. O último dos módulos falou sobre a aplicação do conhecimento com base em experiência de projetos. 

“A formação está contribuindo muito com ferramentas conceituais e práticas sobre o tema para trabalharmos dentro do IEI Brasil. A troca com outras organizações de diversos países da América Latina também proporciona um enriquecimento de perspectivas, possibilidades de parcerias e um mergulho nas complexidades que atravessam o campo de energia, gênero e suas interseccionalidades”, explica Lígia Amoroso Galbiati, coordenadora de energia e interseccionalidades do IEI Brasil.

Durante o programa, as organizações também tiveram a oportunidade de formular um plano de ação ou agenda de gênero, apresentado no final do terceiro módulo.

Entre os temas abordados nas aulas estão os conceitos de gênero e interseccionalidade e a relação com alterações climáticas e a transição energética justa, variáveis ​​básicas de análise, planejamento e ação, estratégias para comunicação e divulgação, instrumentos de política pública e marcos legais sobre alterações climáticas e transição energética com uma perspectiva de gênero, entre outros.

A formação continua em abril com novo encontro para identificar necessidades e interesses para o desenho de planos de ação de gênero e/ou agendas de gênero. De maio a agosto, as ações seguem com uma consultoria personalizada para cada organização, para a formulação desses planos e agendas. 

A equipe participará, também, de um encontro presencial no México nos dias 4 e 5 de julho para completar a formação. 

Ações desde 2022

As ações realizadas pela ONG Mulher e Meio Ambiente fazem parte de um projeto chamado “Estrategia para adoptar el enfoque de género en proyectos y actividades hacia una transición energética justa, en los países de la región de América Latina y el Caribe” (Estratégia para adotar a abordagem de gênero em projetos e atividades rumo a uma transição energética justa, nos países da região da América Latina e do Caribe). As atividades tiveram a colaboração de membros de 18 organizações do Brasil, Chile, Colômbia e México.

A primeira fase do projeto consistiu na realização de um diagnóstico para identificar conhecimentos, interesses, necessidades e experiências das organizações que participaram, para adotar ou aprofundar a abordagem de gênero. 

O diagnóstico começou no primeiro semestre de 2022, com o preenchimento de um formulário pelo IEI Brasil. Em agosto de 2022, a equipe do IEI Brasil participou de uma entrevista on-line realizada por membros da ONG mexicana.

A última etapa da participação na primeira fase do projeto foi a oficina “Género y transición energética justa” (Gênero e transição energética justa), realizada on-line, nos dias 19 e 20 de outubro de 2022, com a duração de quatro horas por dia.

O objetivo da oficina foi trocar experiências, conhecimentos, metodologias e preocupações sobre como fortalecer e integrar a perspetiva de gênero em projetos de transição energética justa. Além disso, a intenção também era propor conjuntamente ações necessárias para fortalecer a perspectiva de gênero na concepção, operação e avaliação desses projetos.  

Segundo a ONG, o conjunto de atividades foi ordenado com a intenção de provocar a reflexão e a construção coletiva do conhecimento. Também foi possível aos representantes das organizações fazer exercícios participativos e trabalhar em equipe para fazer propostas.

Na oficina também foram apresentados os resultados do diagnóstico, realizado a partir da análise dos questionários e das entrevistas feitos com as 18 organizações participantes. As organizações também tiveram espaço na oficina para apresentar projetos, ações, necessidades, desafios e propostas para a integração da perspetiva de gênero.

Guia lançado em 2023

Em abril de 2023, foi lançado o “Guía para transversalizar la perspectiva de género en proyectos de transición energética justa” (Guia para transversalizar a perspectiva de gênero em projetos de transição energética justa). 

O guia reúne as informações, reflexões e propostas resultantes de todo o processo coordenado pela ONG mexicana. O IEI Brasil aparece na lista brasileira de contribuição.

Acesse aqui o guia, publicado em espanhol. 

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