17 jun IEI Brasil participa de palestra sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Por Gabrielle Adabo
O diretor executivo do IEI Brasil, Rodolfo Gomes, foi um dos palestrantes do evento “Tecnologias Inovadoras e seus Impactos na Sociedade” realizado na tarde de hoje. Organizado pelo colegiado do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o encontro on-line faz parte do “Ciclo de Palestras 2020”. As apresentações tiveram como ponto de partida a meta 7 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): energia acessível e limpa. Os ODS possuem metas para serem atingidas em 2030.
Diante do público, composto principalmente por estudantes universitários, Gomes lembrou de sua própria experiência como estudante de engenharia e de como ficou impactado ao ter o primeiro contato com uma comunidade sem acesso à energia elétrica. O diretor executivo ressaltou que o IEI Brasil compreende a energia como um serviço para o desenvolvimento, ou seja, como um instrumento que leva à sociedade benefícios como a geração de emprego e a redução da pobreza e, de uma forma mais ampla, permite solucionar problemas socioambientais. Energia, segundo sua fala, é um atributo que perpassa todos os ODS: na sua relação com o acesso à água, a igualdade de gênero e a resiliência nas cidades, por exemplo.
Gomes também explicou que a energia não diz respeito só à eletricidade; ela pode estar presente, por exemplo, como um combustível para cozinhar. O diretor executivo do IEI Brasil também explicou o importante papel que a eficiência energética e seus múltiplos benefícios representam no contexto do desenvolvimento. A eficiência energética permite a existência de tecnologias como fogões mais eficientes e que beneficiam principalmente a saúde das mulheres mais pobres, ao reduzir a exposição a componentes tóxicos emitidos pela queima de materiais como a lenha usados como combustíveis para cozinhar. O papel da eficiência energética também foi lembrado na arquitetura, nas edificações e no planejamento das cidades, o que pode influir no uso de equipamentos e no conforto térmico.
“Havia mais de sete milhões pessoas que eram invisíveis, viviam em uma escuridão cidadã”, Rodolfo Gomes, diretor executivo do IEI Brasil
Gomes também citou um artigo acadêmico escrito em parceria com a moderadora do evento, a docente da UEL Juliani Piai Paiva, que aborda o consumo de energia e as dificuldades no pagamento das tarifas de eletricidade pelas famílias de baixa renda. A ideia central do artigo é mostrar que formuladores de políticas públicas de eficiência energética precisam utilizar indicadores de impacto socioeconômico, para além da energia economizada e de redução de gases de efeito estufa. O trabalho demonstra a importância da aplicação de tecnologias alternativas, como a geração distribuída fotovoltaica junto de ações de eficiência energética, como forma de combater a chamada pobreza energética utilizando um indicador de participação da conta de eletricidade sobre o orçamento familiar.
Para Gomes, não basta falar em falta de acesso à eletricidade ou combustíveis nas regiões urbanas ou rurais; é preciso entender o acesso como um conceito mais amplo, que envolve aspectos como a qualidade do serviço e o preço acessível ao consumidor. Ainda segundo ele, “nós somos dependentes de dados”: de eficiência energética, fontes renováveis e impactos no país em termos econômicos e sociais. Além disso, de acordo com ele, mesmo quando temos alguns dados, eles são insuficientes. Sem dados não há como avaliar impactos das políticas e promover melhorias. Um exemplo disso é o primeiro programa de universalização do acesso à eletricidade, no início dos anos 2000, que tinha a expectativa de que existiam cerca de oito milhões de pessoas no país sem eletricidade. Esse número, no entanto, aumentou ao final para 15 milhões de pessoas, diante da realidade de acesso da população brasileira que se foi desnudando. “Havia mais de sete milhões pessoas que eram invisíveis, viviam não só na escuridão de luz, também em uma escuridão cidadã”, disse Gomes.
O diretor do IEI Brasil também apresentou o Monitor de Eficiência Energética – MonitorEE, lançado no ano passado para solucionar o problema da ausência de dados sobre eficiência energética (acesse aqui). O primeiro módulo do MonitorEE conta com dados dos projetos do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Aneel.
O evento também contou com as apresentações do professor da UEL Fernando Fernandes, que falou sobre a geração de biogás (inclusive a partir de resíduos do restaurante universitário da UEL) e do engenheiro Claudio Dantas de Oliveira, que apresentou projetos de eficiência energética e fontes renováveis de energia utilizando tecnologias de gestão energética e de projetos baseadas em tecnologia da informação.
Paulo Américo dos Reis
Posted at 14:04h, 01 outubroexcelente os temas discutidos.
Sou Presidente do DN de Elétrica e Automação da ABRAVA